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9 de jul. de 2013

Quem disse que elas nunca brincam a sós?

Pode parecer clichê de besteirol americano, mas o número de mulheres que alimentam desejo sexual por outra mulher é bem maior do que se pensa.

girls love tumblr

Um estudo da Universidade de Boise, dos EUA, mostrou que 60% das mulheres heterossexuais entrevistadas já se sentiram atraídas por outra mulher. Das quase 500 entrevistadas, 45% admitiram ter beijado outra mulher e 50% disseram ter fantasias sexuais constantes com gurias. (Fonte: http://migre.me/cNjuI)

Isso acontece por vários motivos, mas muitas vezes a mulher não chega a realizar o desejo e muito menos compartilhar o segredo com alguém. No entanto, o fato dela nunca abrir o bico sobre o assunto, não significa que não tenha vontade de beijar um par de seios ou de coxas lisinhas, morder uma barriga de cintura fina, massagear e acariciar pés e bumbuns delicados - enfim, fazer coisas que até Deus duvida com uma amiga ou até mesmo uma desconhecida.

Muita gente acredita que esse desejo sexual por alguém do mesmo sexo é fruto de frustrações amorosas e sexuais com parceiros do sexo masculino - errado. Sabia que mulheres muito satisfeitas com o namorado, marido ou amigo colorido, ainda assim sentem desejo de transar com outra? Só que tanto as solteiras quanto as comprometidas costumam mascarar esse desejo, trocando a palavra por "curiosidade" (aposto que você já ouviu de alguma namorada a frase "ah, já tive curiosidade..." quando perguntou a ela se já havia sentido vontade de ficar com outra garota). Concordo que o desejo de muitas possa ser apenas uma curiosidade, mas uma coisa não exclui a outra: se há curiosidade, há desejo.

Tem muito cara também que costuma ficar contente quando descobre que a namorada o traiu ou tem desejos com outra mulher, porque acredita que talvez possa entrar no meio da brincadeira. Errado também. Não estou dizendo que existem garotas que não queiram um threesome, mas não é válido acreditar que, só porque sua garota curte outras garotas, ela vai querer te por no meio da brincadeira - principalmente se o relacionamento de vocês não tem segurança o suficiente para isso.

A ideia de estar com uma mulher na cama soa tentadora para elas por vários motivos e o principal deles é que uma mulher conhecerá melhor o corpo de outra na hora H. Mesmo sem ter experiência, acredita-se que uma parceira saiba tocar os pontos certos, reconhecer as reações da parceira, identificar mais naturalmente o que essa gosta ou não e fazer um sexo oral dos deuses. Além disso, muita mulher por aí não sente prazer absoluto com a penetração - só consegue chegar ao orgasmo se o clitóris (aquele botãozinho que você jamais deve deixar de lado) for estimulado. Sendo assim, ocorrerá uma relação que exige mais criatividade, pois não há penetração "natural", então o ato pede brinquedinhos, vibradores, joguinhos e brincadeiras com outras partes extremamente estimulantes do corpo da mulher que muitas vezes ficam de lado na relação com um homem. As pré-eliminares (já reparou que eu sempre toco nesse assunto nos posts? É porque ele é MUITO importante, meu caro). Enfim, as pré-eliminares no ato homossexual vão demorar mais para elas. Será gasto o tempo que as duas quiserem e precisarem para ficarem a ponto de bala - podem ser 20 minutos ou uma hora, elas ficarão enrolando até que uma entenda no corpo da outra que "é agora". Outro item interessante é que a mulher tem um desempenho sexual muito diferente do homem: depois do orgasmo elas estão, na maioria das vezes, prontas para mais uma - às vezes depois do primeiro elas ficam ainda mais excitadas. E, como elas não dependem de uma ereção para continuar a brincadeira, nenhuma das duas ficarão na vontade - homens também têm língua, dedo e mãos para continuar, mas muitos gostam de virar para o lado e dormir (pode confessar, não tem ninguém olhando, você já fez isso, não fez?). Mais um item que conta é a TOTAL despreocupação com riscos de gravidez.

A conexão sentimental também é um fator relevante, pois com mais intimidade e química o sexo se torna muito melhor. Mulheres que já experimentaram homens e mulheres afirmam que, com outra mulher, o sexo é mais "suave" e num ritmo mais gostoso - e tem homem que insiste em achar que a vida é um filme pornô e que o bom é sair por aí metendo feito uma britadeira.

No começo, todo esse interesse aqui relatado costuma surgir por mulheres inexistentes ou interesses platônicos - como ter fantasias com Angelina Jolie, Katy Perry, Kate Hudson ou com a professora de inglês do cursinho enquanto recebe um oral do namorado. É possível que, à medida em que a garota/mulher se acostume com isso, passe a se sentir atraída por algumas amigas, o que aumenta a curiosidade - elas trocam de roupa uma na frente da outra, dormem juntas, cochicham ao pé do ouvido e dividem a cama de casal dos pais quando a casa está livre, portanto o aumento do desejo é um processo praticamente natural.

Agora, por que muitas não confessam isso nem para si mesmas, nem para o namorado? Por que tanto medo de arriscar? Os motivos devem ser vários e quem sou eu para conhecer todos, mas como um pouco experiente no assunto, acho alguns fatores bem relevantes. Primeiramente, acho que o medo de se abrir para as amigas explica-se pelo alto grau de intimidade que um grupo (principalmente de amizade de longa data) tem - como é que eu conto para ela que curto garotas, se a gente troca de roupa uma na frente da outra? Se saímos com a toalha mal colocada do chuveiro no vestiário da academia? Esse é um ponto. Além disso, a prevenção de DSTs para relações homossexuais entre mulheres é muito precária: a camisinha feminina protege a vagina para penetração peniana (o que não vai ocorrer) e, mesmo que ela cubra o restante da vulva, cá para nós: é muito estranho fazer oral em uma mulher com camisinha. Existem protetores para dedos e até camisinha para a língua, mas o restante de toda mucosa da boca fica desprotegido durante o ato - o que é um perigo e um parque de diversões para o HIV e afins. Também não existe método que proteja contra a transmissão de doenças no ato que meu professor de biologia costumava chamar vulva-com-vulva, mas que eu prefiro chamar de "mamãe e mamãe". Esse ponto da transmissão de doenças é um fator interessante, pois o grupo de risco existe, mas ninguém ainda pensou em uma solução eficaz e, como muitas mulheres pensam no sexo com uma desconhecida, o risco acaba anulando a realização do desejo. Também, mesmo que seja com uma amiga, essa amiga pode ter vida sexual ativa, pode ter uma doença e nem mesmo saber... se o nível de intimidade das duas não for tão alto a ponto de tocarem nesse assunto, deixar "rolar naturalmente", com umas doses de vodka na cabeça, se torna uma bomba viral/venérea.

Enfim, acredito que esses sejam os principais motivos e obstáculos, mas que os dados são interessantes, sim os são. E, por favor, se alguém souber métodos de prevenção de doenças mais eficazes, let me know ;)
Para fins de direitos de imagem, a foto utilizada neste post não é de minha autoria.

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