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25 de mai. de 2014

Brincando em Público

Em prol da luta contra a Mutilação Genital Feminina, mulheres topam participar de um vídeo e testar sextoy na Praia de Venice, Califórnia.


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O pessoal do Simple Pickup, lançou este mês, em seu famoso canal do Youtube, um vídeo no mínimo... interessante. O vídeo trata da sexualidade feminina de uma maneira descontraída, brincalhona e natural e chama a atenção para um problema que atinge centenas de milhões de meninas no mundo: a mutilação genital.


O que é a Mutilação Genital Feminina? (MGF)

A MGF é uma prática em que parte ou a totalidade da genitália feminina (em mulheres e crianças) são removidas. Segundo várias tradições, são geralmente removidos o clitóris ou os lábios vaginais. A prática mais grave é chamada infibulação - consiste na costura dos lábios vaginais ou clitóris, deixando uma pequena abertura para a urina e a menstruação. Na África, aproximadamente 15% das MGFs são infibulações. Essa cirurgia, executada na maioria das vezes na própria comunidade, por mulheres mais velhas e sem a esterilização necessária, causa danos irreparáveis tanto físico quanto psicologicamente. É uma ofensa aos direitos humanos, e priva a menina do seu direito de desenvolver-se psicossexualmente.

Os efeitos da mutilação genital feminina são vários, incluindo a morte. Os problemas mais comuns são infecções, sangramentos intermitentes e o surgimento de pequenos tumores no nervo, causando desconforto e muita dor. A infibulação pode ter efeitos mais duradouros e mais graves, incluindo infecção crônica do trato urinário, pedras na vesícula e uretra, danos aos rins, infecções no trato reprodutor devido a obstruções do fluxo menstrual, infecções pélvicas, infertilidade, e tecido excessivo da cicatriz. Durante o parto, o tecido cicatrizado existente nas mulheres mutiladas pode romper. Mulheres infibuladas, que têm os lábios vaginais fechados, têm de ser cortadas para deixarem espaço para a criança nascer. Depois do parto, têm de voltar a ser “fechadas” para assegurar o prazer dos maridos.

Além disso, a mutilação torna a primeira relação sexual muito dolorosa, e essa dor geralmente se estende por todas as próximas relações sexuais da mulher, uma vez que, sem o estímulo do prazer, a vagina encontra grande dificuldade para produzir lubrificação natural - além de ser anatomicamente desconfortável nos casos de infibulação e mutilação dos lábios. Psicologicamente falando, em sociedades onde a MGF é praticada, as mulheres apresentam comportamento mais dócil e calmo.

A MGF é feita por diversas questões culturais e religiosas. Algumas culturas acreditam que os órgãos sexuais femininos são impuros e, portanto, devem ser mutilados. Nessas culturas, o prazer sexual fica apenas ao homem. Também acredita-se que a mutilação inibe a promiscuidade sexual e melhora a fertilidade da mulher. Nos países onde a MGF é comum, uma mulher não mutilada não é considerada mulher, é considerada suja e não tem permissão para distribuir comida e água. Segundo o portal Amnistia Internacional, que luta pela defesa e prática dos Direitos Humanos Universais, a mutilação genital feminina já atingiu 135 milhões de mulheres, desde que os estudos e dados são registrados. O número de mulheres com risco de sofrer mutilação subiu para 2 milhões/ano. Na África, 28 países praticam o ato, mais comum nas comunidades muçulmanas.

O vídeo a seguir, do Simple Pickup, mostra mulheres usando um Sybian, aparelho de estimulação clitoriana, em uma famosa praia da Califórnia, Venice Beach. A cada mulher que topa "brincar" com o aparelho, US$ 5 são doados para a ONG The Orchid Project, que luta contra a mutilação feminina no mundo todo. Após a filmagem, o vídeo compartilhado doará US$ 100 para a mesma ONG, a cada 100 mil visualizações no Youtube. Em 20 dias no ar, já foram ultrapassados os 5 milhões de views.

 
Para fins de direitos de imagem, a foto utilizada neste post não é de minha autoria.

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