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31 de jul. de 2013

Um Salto Alto É Como um Namorado Cafajeste

salto alto vermelho
Na loja ele se mostra perfeito para você, sua outra metade da laranja! Antes de usar, nossa intuição (e nossas mães) já nos dizem que vai doer. Começa com aquela beliscadinha no mindinho que, apesar de não machucar muito, incomoda, mas ignoramos e fingimos que está tudo bem - afinal, ruim com ele, pior sem ele! No fim de uma noite, ele está lá, intacto, feliz, inteiro. Nós não. Estamos cansadas, exaustas, às vezes até um pouco feridas, mas tapamos o problema com um pouco de água morna e um band-aid. Várias noites se seguem e, apesar da puta diversão proporcionada, a cena sempre se repete.

Antes de procurar de novo por aquele salto alto que tanto machuca nosso coração, ops, quer dizer, pé, retomamos à nossa consciência. Ela acha melhor não: "Vai de sapatilha, aquela sua amiga que é a sua melhor companhia! Esse salto alto não te merece!". A gente até pensa na sapatilha, nossa melhor amiga: dá para beber, beijar e curtir a noite inteira, porque ela só está ali pra curtir junto, mas esse tal de salto alto tem uma coisa que nos chama... (não dá pra saber se é aquele perfume, o cabelo bagunçado, as mordidas nos lábios, as mãos bobas ou o sorriso maroto). O escolhemos uma, duas, três, infinitas vezes, até que nossos pés não aguentam mais este maldito, que inverte seu papel e nos usa para sair à noite, acompanhado de uma garota bonita de vestido justo. Nos exibe para todos os seus companheiros de espécie, um mais atamancado que o outro. Nossos pés - parece de repente, mas não foi - se cansam de ficar dando bola para um sapato que só serve de aparência, só machuca, judia e nunca se cansa disso.

Nossa melhor amiga, a sapatilha, está ali. Nos faz aquele brigadeiro de panela, engorda junto conosco, chora junto também, e nós a usamos como consolo, para curar esses pés machucados que não aguentam mais sofrer. E é nessa hora que, abrindo os olhos para o que o grande closet da nossa vida amorosa tem a mostrar, percebemos, ali mesmo, no cantinho escuro dos ignorados, um tênis que sempre fez de tudo para te ver feliz e confortável, mas que nunca recebeu sua tão sonhada atenção. A gente olha para o tênis, usa e percebe que salto alto é só para uma noite ou outra de diversão, sem compromisso. Você pode até usar aquele Scarpin MARAVILHOSO pra se sentir poderosa um dia ou outro e fazer invejinha nas outras que ainda não conseguiram, infelizmente, desapegar de seus respectivos saltos. Entretanto, o único que vai estar com você na alegria e na tristeza, pra ir em shows ou ir à luta, com maquiagem ou sem, de TPM ou não e que, principalmente, não vai machucar seus pés é ele. Mas não é por ser um simples tênis sem graça e sem cor que o devemos desprezar! Ele é pau-pra-toda-obra (e é no mau sentido mesmo que estou falando). A diferença pro salto é que, com um belo pisante, dá para você quebrar tudo sem sair machucada, arrependida ou com a consciência pesada. Pelo contrário, você se sente leve, satisfeita, e não quer nunca mais tirá-lo dos pés.
Para fins de direitos de imagem, a foto utilizada neste post não é de minha autoria.

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