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19 de set. de 2013

Desistir é para os fortes

E você, Ana, me deixa fraquinha, fraquinha...


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Sábado à tarde, estou em um aniversário com Ana e mais alguns conhecidos e amigos. Pedrosa, atual "peguete", rolo ou tico-tico-no-fubá de Ana está presente e logo deduzo que, mais uma vez, voltarei para casa sem sentir algo dela que não as bochechas geladas em meus lábios que tanto querem beijar os seus.

Mas, por ser domingo, e pelo fato dele trabalhar cedo no dia seguinte, vai embora às 20:00h. Excelente. Pedrosa foi embora, Bernardo (meu namorado) não está me acompanhando hoje e, para mexer ainda mais com meu psicológico, Ana pede que eu a faça companhia mais tarde, na Avenida principal, até que ela consiga pegar um táxi.

Eu, então, aumento as doses de bebida alcóolica para criar coragens. E aumento também as tragadas no cigarro, tanto para ver se relaxo um pouco quanto para agir com mais naturalidade. Há meses estou esperando por esse dia: reunião de amigos, nós duas desacompanhadas, algumas bebidas geladas que deixam o corpo quente, alguns cigarros que deixam a cabeça leve, a noite, a lua, um friozinho gostoso lá fora... Não é possível que vou deixar minha timidez atrapalhar.

Ao fundo, Maria Gadú, Seu Jorge, Renato Russo, Cazuza, Caetano, Gal e companhia limitada cantam suas músicas tranquilas em um volume alto. Tudo está bem tranquilo, na verdade, exceto minha cabeça. Quero ficar perto de Ana o tempo todo, mas obrigo a mim mesma a ficar em outras rodas de conversa, com outras pessoas, para não forçar a barra.

Nossas brincadeiras continuam. Cada vez que um homem qualquer dá em cima de mim, digo que sou comprometida. Cada vez que eles perguntam por meu namorado, corrijo-os e aponto Ana. Ela faz o mesmo e a gente se abraça algumas vezes, dá alguns selinhos - nada fora do comum, fazemos para espantar os chatos de galocha mesmo. Funciona. Quando algum carinha mais interessante aparece, ela me dá um toque: "Fica quieta para ele não pensar que sou sapa". Achamos graça e eu obedeço. No fim das contas, nenhum deles ultrapassa o campo da conversa.

Passa da meia-noite quando Ana diz ter de ir embora. Nos despedimos do pessoal e eu acompanho-na até a avenida principal, conforme combinado. Vamos conversando firulas e nos sentamos no meio-fio. Ligo para uma cooperativa de táxi e eles me passam um tempo de espera de 20 a 30 minutos. Está frio, mas, pela primeira vez, fico grata pela demora da empresa. Nós duas estamos com frio, então passo meu braço por cima de seus ombros, tentando agir naturalmente, como se ela fosse só mais uma amiga qualquer. Difícil.

Estamos conversando sobre a faculdade, sobre cigarros e sobre cafés. Até que Ana começa a falar de Jaque. Jaque é colega de turma de Ana na aula de Microbiologia. Jaque é uma mulher alta, muito bonita, com cachos castanhos-claro, corpo forte e usa roupas largas. Jaque é lésbica, simpática e fã de cafés, cigarros e Bukowski, assim como Ana. Jaque é uma fofa, uma linda. Ana e Jaque são amigas, tipo irmãs, mas aah!, como ela é linda!

Nenhuma dessas palavras a respeito de Jaque são conclusões minhas. Todas saem da boca de Ana. No frio da madrugada mineira, eu, aquecendo o corpo com uísque até então, levo agora um balde de água fria com cubos de gelo. Acho que é hora de desistir de Ana, por mais difícil e confuso que isso possa ser.

Acho não.
Tenho certeza.
Estou desistindo de Ana.
Mas sua foto na cachoeira continua salva no meu celular.
Não estou pronta para esquecer o quanto você fica linda ao sol com os cabelos molhados.
Para fins de direitos de imagem, a foto utilizada neste post não é de minha autoria.

3 comentários:

  1. ai, não desiste. Adoro ler seus "pensamentos", bia. Me identifico

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    Respostas
    1. Obrigada! *-*
      Acho lindo quando vejo que tem gente na torcida hhaha
      se não fosse tudo tão complicado... =[

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  2. hahaha e como torço! é complicado mesmo, mas é intenso. E nunca vais saber se ao menos não tentares.. Boa sorte!

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