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21 de set. de 2014

Vida Real

Uma crônica do amor cotidiano.




No apartamento ao lado do meu, mora um casal recém chegado. Hoje eles tiveram uma briga feia, falaram alto, gritaram, o andar inteiro ouviu. Estão casados há 4 anos e discutiam arduamente o fato de, por motivos de trablho, um nunca ter tempo para o outro.

Era uma discussão de casal comum de acontecer e, ainda assim, fiquei meio comovida com uma das falas da mulher (que, pela voz, parece mais uma menina, muito nova), quando ela diz que não recebe mais carinho dele, quando diz que há tempos ele não a olha mais, não se preocupa mais com ela... Bom, coisas que acontecem, infelizmente, com muitos casais. Então eu, já tomada pelo meu sentimento e essa minha mania de sempre sentir as dores de outras mulheres e, portanto, já meio absorvida pela discussão, me senti ainda mais emocionada quando ela diz que eles estão com um bebê a caminho e que uma criança não pode nascer em um lar onde o pai não tenha carinho, não demonstre mais amor pela sua mãe. Ela reafirmou o quanto tem medo de que, depois do nascimento do filho passe a ser vista pelo marido apenas como mãe e não mais como mulher e, então, começa a chorar. Seu choro é abafado, provavelmente por um beijo ou um abraço, não sei. Ele reforça o quanto a ama, o quanto ela é importante e o quanto ela é a mulher da vida dele. E os dois fazem amor desesperadamente, eu posso ouvir.

Agora reina um silêncio no corredor do 4° andar. O amor é mesmo INCRÍVEL com todas suas contradições, sofrimentos e nebulosidades. O amor é lindo e fica mais lindo ainda depois de vencer brigas feias, problemas sérios e longas distâncias (mesmo quando se mora muito perto um do outro). Se esse bebê nascesse hoje, com certeza chegaria em um lar infestado de amor.
Para fins de direitos de imagem, a foto utilizada neste post não é de minha autoria.

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