Você se lembra da garota de 15 anos que foi jogada numa cela com mais de 20 homens, lá no Pará? Pois é, eu também não me lembrava.
Refrescando a memória: "Em 21 de outubro de 2007, a menor L.A.B. foi presa em Abaetetuba, no Pará, sob a acusação de tentar furtar um telefone celular. Tinha 15 anos, menos de 40 quilos e um metro e meio de altura. Levada para a delegacia da cidade de 130 mil habitantes, a quase 100 quilômetros de Belém, passou os 26 dias seguintes numa cela ocupada por mais de 20 homens. Durante todo o tempo, o bando de machos serviu-se à vontade da única fêmea disponível. Estuprada incontáveis vezes, teve cigarros apagados em seu corpo e as plantas dos pés queimadas enquanto procurava dormir. Alguns detentos, aflitos com as cenas repulsivas, apelaram aos carcereiros para que interrompessem o calvário. Os policiais preferiram cortar o cabelo da adolescente com uma faca para camuflar a aparência feminina. A rotina de cinco ou seis relações sexuais diárias foi suspensa apenas nos três domingos reservados a visitas conjugais. O tormento só acabou com a intervenção do conselho tutelar, alertado por uma denúncia anônima."*
Vamos a um resumo dos desdobramentos dessa história, publicado pelo site da Veja.
♦ Somente dois detentos foram condenados por crime de estupro e atentado violento ao pudor. A pena é de 10 anos e 8 meses. Quantos anos vão durar as marcas desse trauma para a vítima?
♦ Todas as autoridades envolvidas no caso estão respondendo em liberdade ou nem respondendo.
♦ A delegada Flávia Verônica Monteiro Pereira, que no dia do furto, resolveu trancafiar a menor na cela com mais de vinte machos, foi exonerada.
♦ A juíza Clarice Maria de Andrade que assinou o auto de prisão em flagrante mesmo sabendo que não possuíam celas separadas para mulheres, foi forçada a se aposentar, mas a decisão foi revogada e hoje ela continua atuando normalmente. “Se um juiz mandar soltar todas as pessoas que estejam presas em situação degradante no Brasil não sobrará ninguém atrás das grades”, justificou o advogado de Clarice - na minha humilde opinião, um tremendo filhadaputa.
♦ O diretor da secretaria da 3ª Vara de Abaetetuba, Graciliano Chaves da Mota assessor de Clarice, enviou o documento de transferência de L.A.B para uma penitenciária feminina em Belém com 12 dias de atraso. Ou eu deveria dizer 12 dias de sessões de estupro e demais tipos de violência contra uma menina de 15 anos? Quando o ofício de transferência foi enviado, a menor já estava em liberdade e a imprensa, em cima. Durante esses 12 dias, Clarice não procurou saber se Graciliano havia encaminhado o documento.
♦ Diva de Jesus Negrão, do conselho tutelar, alertada sobre a situação da menina, foi à delegacia com sua certidão de nascimento. L.A.B confirmou sua menoridade e os abusos que estava sofrendo. Ainda assim, o delegado Antônio Fernando Cunha recusou-se a liberar a garota. Devolveu-a à cela e disse que esperaria por uma ordem judicial. Cunha foi exonerado - e só.
♦ No dia seguinte o pai da menor foi à delegacia. O delegado presente, Rodolfo Fernando Valle Gonçalves, alegou que a adolescente tinha fugido. Três dias depois ela foi encontrada no cais do porto. Contou que foi levada até lá por três policiais civis e ameaçada de morte caso não saísse da cidade. Rodolfo foi exonerado do cargo de delegado, mas hoje trabalha para o Sindelp (Sindicato dos Delegados do Estado do Pará).
♦ Dois agentes penitenciários foram exonerados e um terceiro foi absolvido. O terceiro é Marcos Eric, condenado em primeira instância a 2 anos e 8 meses por omissão em regime fechado. Depois, o TJ do Pará concedeu-lhe a honra de responder em regime aberto. Atualmente, Marcos Eric trabalha na Casa do Albergado, em Belém.
L.A.B esteve no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados por Morte (PPCAAM). Ao completar 18 anos migrou para um programa destinado a adultos. Passados seis anos, as autoridades envolvidas na violência absurda sofrida por L.A.B conseguiram o que queriam. Eles estão em liberdade. Lidiane Alves Brasil desapareceu.
Boa noite,
ResponderExcluirUma sucessão de descaso e desrespeito.
Abraços
Lúcia
Não é a toa que somos chamados de país da impunidade! =(
ExcluirSe Jesus não voltar logo, muita gente ainda vai sofrer.
ResponderExcluirO inimigo tomou conta mesmo. Mas o que esses babacas,
que estão livres, não sabem é que prestarão conta de seu atos.
Nós não vamos ver, mas bem que eu queria
estar perto na hora do acerto. O que essa menina passou
vai parecer fichinha se comparado ao castigo dos espertos.
A justiça de DEUS pode tardar, mas não falha, confiem!
Eu to pra ti dizer, que já tem neguinho com o cu na mão!
pu1rgb@hotmail.com